Noite insone
Uma chuva rápida no inverno
E uma noite quente
E o frio me faz companhia
Abraçando meu coração solitário
O desconcerto em mim
Desconcerta o mundo
Certo mesmo
Só o que sinto por ti
Minha senhora
Tu que andas tão longe de mim
Carregas meu coração contigo
Sem querer
Ou por querer
Me deixa sem coração
Soprando versos chorosos
No frio da solidão
Minha senhora
Te peço que cedas um tempo
E penses em mim
E então cantes ao vento
As cordas me acompanham
Nas poesias de amor
E hão de me acompanhar
No último grito de dor
Os versos que verso aqui
De Petrarca a Camões
São todos, senhora, pra ti
E pra nossos dois corações
Todos os sonhos do mundo
Que tem-nos Álvaro de Campos
São nada se comparados
Ao sonho que canto nos cantos
Minha senhora
Perdoa este pobre ser
Que não faz nada senão
Amar a ti e sofrer