TE AMO DO SÉCULO CINZA
Te amo…
E não eram as palavras ditas que te provavam
Não eram as fotos juntas
Nem as mãos dadas em público
Eram o silêncio, as flores e os raros momentos a sós.
Te amo…
E não eram os meus toques que te provavam
Não eram os beijos, os sonetos
Nem o dote que daria a seus pais (os homens eram livres disso)
Eram os minguantes abraços demorados e os olhares curtos e desejáveis que sozinho troquei
Te amo…
E não eram os sonhos que te provavam
Não eram os planos de uma vida juntos
Nem os filhos que correriam pela sala
Era apenas o fato de me conter.
Te amo…
E não era o amor que não cabia no armário que te provava
Não eram as declarações escondidas
Nem mesmo a imensidão de cada soneto dedicado á você
Era a ausência do seu nome neles
Era o amor pequeno e cômodo que não te ameaçava
Era a liberdade que tinha (não eu) de viver bem com os teus
Te amo…
E o que provava era o pecado
Eram as críticas que te livrei com meu silêncio
Era o fato de aceitar o abraço do inferno somado ao teu
Te amo…
E o que provava era calar meu amor que gritava
Era a ausência de cor em minhas noites
E o fato de sempre estar aqui na sua volta!