TE AMO DO SÉCULO CINZA

Te amo…

E não eram as palavras ditas que te provavam

Não eram as fotos juntas

Nem as mãos dadas em público

Eram o silêncio, as flores e os raros momentos a sós.

Te amo…

E não eram os meus toques que te provavam

Não eram os beijos, os sonetos

Nem o dote que daria a seus pais (os homens eram livres disso)

Eram os minguantes abraços demorados e os olhares curtos e desejáveis que sozinho troquei

Te amo…

E não eram os sonhos que te provavam

Não eram os planos de uma vida juntos

Nem os filhos que correriam pela sala

Era apenas o fato de me conter.

Te amo…

E não era o amor que não cabia no armário que te provava

Não eram as declarações escondidas

Nem mesmo a imensidão de cada soneto dedicado á você

Era a ausência do seu nome neles

Era o amor pequeno e cômodo que não te ameaçava

Era a liberdade que tinha (não eu) de viver bem com os teus

Te amo…

E o que provava era o pecado

Eram as críticas que te livrei com meu silêncio

Era o fato de aceitar o abraço do inferno somado ao teu

Te amo…

E o que provava era calar meu amor que gritava

Era a ausência de cor em minhas noites

E o fato de sempre estar aqui na sua volta!

Diogo Acrizio
Enviado por Diogo Acrizio em 06/09/2021
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