Vejo-te

Vejo-te

Na dialética confusão

da mais tola ilusão

do meu pensamento.

No início impreciso,

num final inconciso,

dum incrível momento.

Vejo-te

Na simples conjectura,

sem qualquer conjuntura,

Sem nenhum veredicto.

Num pequeno retalho

dum sonho que espalho

se ainda acredito.

Vejo-te

No transtorno da alma

que rouba-me a calma

numa triste sentença.

Num querer incoerente

Do meu cerne carente

Que suplica a presença.

Vejo-te

Onde as murchas flores

esmaecem suas cores

e desbotam o jardim.

No "besouro indecente"

que distante e ausente

não fecunda o jasmim.

Vejo-te

Nesse vento peralta

que os campos exalta

espalhando melodias.

Fazendo vôos rasantes

Pondo marés em vazantes

e arejando os meus dias.

Vejo-te

No doce aroma exalado

pelas sutis fantasias...

E no amor desvelado

nas mais belas poesias.

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 04/09/2021
Reeditado em 06/09/2021
Código do texto: T7335371
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