Vejo-te
Vejo-te
Na dialética confusão
da mais tola ilusão
do meu pensamento.
No início impreciso,
num final inconciso,
dum incrível momento.
Vejo-te
Na simples conjectura,
sem qualquer conjuntura,
Sem nenhum veredicto.
Num pequeno retalho
dum sonho que espalho
se ainda acredito.
Vejo-te
No transtorno da alma
que rouba-me a calma
numa triste sentença.
Num querer incoerente
Do meu cerne carente
Que suplica a presença.
Vejo-te
Onde as murchas flores
esmaecem suas cores
e desbotam o jardim.
No "besouro indecente"
que distante e ausente
não fecunda o jasmim.
Vejo-te
Nesse vento peralta
que os campos exalta
espalhando melodias.
Fazendo vôos rasantes
Pondo marés em vazantes
e arejando os meus dias.
Vejo-te
No doce aroma exalado
pelas sutis fantasias...
E no amor desvelado
nas mais belas poesias.
Adriribeiro/@adri.poesias