Sensação

Ah, se já me perdi na poesia, a fora

Se o verso é triste e o poema chora

Como agora hei de poetar sem ferir

Se, ao versejar, sonhei, tive delírios

Me calei, também sorri, martírios

Vivi. Me diz, como e para onde ir

Se só, na solidão de noites sem fim

A prosa, dolorosa, ah! ai de mim!

Me diz com que poética devo seguir

Se os versos escoaram da imaginação

Se cada uma inspiração se foi em vão

E a sensação enclausurou e se perdeu

Como, se na desordem deste coração

O desejo laça cada trova de emoção

E o meu verso, cego, suspira no breu

Como se a expressão ainda é de amor

A rima inda está na haste de uma flor

Me diz com qual cio eu vou pungir

É, acho que neste canto perdi a conta

No faz de conta, ignoto, a alma tonta

Nua, me conta como hei de me acudir

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

02 setembro, 2021, 14’29” - Araguari, MG

Vídeo poético no Canal do YouTube:

https://youtu.be/eoE2bzHjW-U

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 02/09/2021
Reeditado em 06/09/2021
Código do texto: T7333906
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