CORPO DA POESIA
O pressuposto
é que para amar
precisa ter um rosto
acompanhado de um corpo,
(supondo ser a ordem certa),
não o sentido invertido,
o amor frente à frente,
nada escondido,
primeiro o espirito
depois o corpo presente
à tudo dando sentido..
Quantas vezes viajei no imponderável,
amei a deusa criada,
nada comparável
à corpórea amada
vindo das compras,
cheia de sacolas,
absoluta e encantada,
bela era a sombra,
até que o toque acordasse
quem sonha o impossível
que faz a quem amasse
tudo crível...
Hoje a pessoa real
me abraça como faria
a palavra surreal
ao corpo da poesia...