ANA E O POETA
Estava sozinho, refletindo o poeta;
pensava na vida, em suas paixões secretas.
Observando a rua, do parapeito de sua janela,
avistou alguém. Parecia admirar uma tela...
A moça, as páginas de um livro, folheava.
De repente, elevando os olhos, viu quem a olhava.
Ela continuou calmamente sua leitura.
Que lindos traços tinha aquela criatura!
Os olhos eram bem redondos e expressivos;
a face, levemente rosada, de tons vivos;
o talhe, de princesa, num vestido cor púrpura.
Os cabelos cor de ébano desciam-lhe até a cintura.
Os detalhes o poeta não enxergava à distância.
Mas deles bem se lembrava, desde a infância.
Conhecera Ana na igreja, bem jovem ainda.
Apaixonara-se anos depois. Continuava linda!
Porém, no romance ele não era muito afortunado.
Antes, outro rapaz o amor dela havia conquistado.
Anos se passaram sem a ver mais. Ela havia se mudado.
Agora a moça estava ali de novo. Seu amor tinha retornado.
"Vou enviar-lhe um recado. Não posso perder tempo."
E assim, nosso poeta passou o dia todo escrevendo,
para demonstrar o amor e conquistar seu coração.
E, dessa vez, finalmente concretizaram sua paixão.
Membro da Academia Virtual de Poetas da Língua Portuguesa (AVPLP) - Acadêmica Titular do Brasil e de Portugal; Membro efetivo da U.A.V.I (União de Autores Virtuais Independentes); Acadêmica da Academia Mundial de Cultura e Literatura (AMCL) e Confraria Internacional de Literatura e Artes (CILA)