O tímido
Passei há pouco ao pé do beco (e de você); você estava em casa, senti o perfume. Deixei de pedir licença pra contar fosse o que fosse, o perfume que tivesse, a beleza ou a baixeza que viesse ou que partisse, eu quero, eu vou, eu volto, eu passo alto, imenso, eu quero, eu conto. Viesse a carestia e ainda assim eu vinha. Deixei de pedir licença pra contar fosse o que fosse. Eu vou e conto. Tipo a vontade que eu tenho de te namorar, nem vou pedir licença pra contar, eu vou e falo, eu digo. Digo! Mas depois de amanhã. Hoje não; eu quero e eu vou, eu volto e digo, eu falo, mas depois de amanhã, depois de amanhã eu digo, depois de amanhã.