Os caminhos do vento
Sobre os jardins, despenteando as flores,
Corre o vento assoviando uma melodia...
E no ímpeto dos seus festejos à luz do dia
Ele exalta a deusa Flora em seus louvores.
Nos murmúrios do seu silvar cadenciado
Vai espalhando os planos da efemeridade
Faz os arbustos balançarem em liberdade
Sob o lirismo do intenso fôlego insaciado.
Enfeita as plagas com papoulas decotadas
Varre caminhos sob árvores que desfolha
Cultiva campos com sementes à escolha
Num espetáculo de memórias remontadas.
Enquanto segue a esperança apregoando,
O deus eólico corre solto e a passos largos
Refaz sonhos onde passa e sem embargos,
Lembranças vão das memórias apagando.
Nos campos deixa marcas das passagens
São as cicatrizes que definem a geografia.
No perito especialista em fazer cartografia
Eis um Poeta a versejar belas imagens...
Adriribeiro/@adri.poesias