DE PAISAGENS DA JANELA
Amar tem na sua própria essência
A deficiência de gostar desmedidamente
Amar é não saber não entender o que o outro sente, e mesmo assim no cais ficar.
Amar é ter a boca cheia de indecência e a vontade de morder condizente com o prazer no coração da gente.
O que amo em ti jamais saberia explicar
Mas sei sentir de uma forma que meu abandono é não te ter junto de mim
Toda vez ao levantar.
Eu amo o jeito que mexe no cabelo
A mordida no canto da boca
O batom aveludado
A forma como tira a roupa
O respirar cansado
O riso de gente boba
Talvez o que amo não é você em si
E sim o meu prazer na suas coisas
Sem saber me tens entre os grilhões
Das sensações que alma sente
Diligentemente ao te ver caminhar
Longe, sempre longe desse mar.