FLOR DO ESCÁRNIO

A feiura das pessoas não merece o esforço

Do artesanato ultrapassado da poesia.

Gente é fera com deboche entre os dentes

E orgulho da estúpida flor inculta.

Para quem amontoa palavras gastas,

Haverá o castigo da louvação burocrática.

Sendo o esquecimento o fardo dos sábios,

O riso será marca dos preciosos ridículos.

No fim será tudo amontoado na esquina:

Poemas galantes e adulação florida.

Nem falas teremos, apenas grunhidos,

Pois o que hoje se diz civilizado,

É manobra ladina de vislumbre notável,

Onde o conhecedor contempla pasmado

A aurora da estupidez num país de iletrados.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 15/08/2021
Código do texto: T7321578
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.