Vivo poesia - Nariguda

Eu vivo poesia

Não sou de prosa sou de verso

Rimo a vida em alegria

Abomino a fantasia

Sou alma livre errante

Mas tenho os pés no chão

Tenho o futuro em minhas mãos

Tenho alegrias efêmeras

E dores que são imensidão

Quero viver com a nariguda

Muito mais que noites de paixão

Sou técnico sou louco

Sou de tudo um pouco

As vezes sou confusão

Eu xingo eu calo eu sofro

Sou tudo por convicção

Sou comunista libertário

Escrevo em versos a vida

A minha e a sua

A sua e a minha

E a nossa

Há tanta dor na vida

Há tanto amor na vida

Insuportável riqueza viver

Eu já amei na favela

Já me amaram em mansão

Eu vejo beleza em tudo

A vida em contemplação

Quero morar com a nariguda

Criar nossos filhos com retidão

A minha o dela os nossos

Até que sobrem apenas ossos

E versos sublimes de paixão

Lembranças em alguma estante

Retratos pardacentos nossos

Quero morrer com a nariguda

Declamando versos de um amor

Que transcende a razão

A vida é cada dia mais curta

E cada dia vivo mais poesia