#76- Meu jeito de me despedir, é poesia.
Em sabores, amores e desabores.
Me rasgo o peito em poesia.
A vida é tão linda, cheia de odores.
Eternizo essa memória com maestria.
Lindos versos, doces, ácidos e ternos.
Cada verso é uma página da vida,
Toda minha subjetividade,
Nua, pelada, descrita e bem vivída.
Amar é ter coragem,
Apaixonar-se é uma missão, suicída.
Mas é maravilhoso,
Cada poema é vida.
Cada escrito é uma lápide,
Desse cemitério de memórias que carrego,
Portanto, se lapide!
Contrua-se! Eu sou poeta, não nego.
E o que seria da poesia,
Se não vivessêmos com ousadia?
Viva! A vida, bandida.
Viva essa coisa toda, apaixone-se, não se esquiva!
Eu escrevo feliz!
Eu fiz o que quis!
Diferente do que se diz!
Eu fiz!
Privilegiada fostes!
Faltou-nos harmonia, você disse.
Mas, é só isso.
Mantenho-me, em pé, em riste!
Todo fim é triste!
Verdade, mas mate-me!
Eu não fui nada?
Viva e siga! Abrace-me!
Ninguém perdeu, nós, talvez.
Maaas, não tem o que ser dito, é memória,
Nos meus causos, do dia-a-dia,
Serás história.
Lembre-se do sabor de meu nome,
Lembre-se do melhor,
Lembre-se de Romer,
Um apaixonado, intenso, mas não o pior.
Eu, apesar de tudo, me escrevo.
Sinto-me feliz com a conquista e a queda.
Eu me lembrarei, com doce saudade, quem sabe? Desejo.
Mas esse capítulo, desta história, foi findada.
Para está poesia,
Cada verso, é despedida, sinto,
Só sei fazer assim,
Cito:
"Preste atenção, querida
Embora eu saiba que estás resolvida
Em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem, amor
Preste atenção, o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos, tão mesquinho
Vai reduzir as ilusões a pó
Preste atenção, querida
De cada amor, tu herdarás só o cinismo
Quando notares, estás à beira do abismo
Abismo que cavaste com teus pés"
Mas é assim, que faço,
Não deleto ninguém, omisso.
Apenas desfaço, o duro laço,
Que é, não ser correspondido.
___________________
Obrigado, Cartola.