A Suficiência do Amor

Ela mantinha as mãos encostadas ao queixo

Enquanto ele a olha, amando-a.

A beleza daquele instante impunha o silêncio.

E, como se paradoxalmente, todo o amor do mundo

Estivesse lá, naquele lugar feito de rostos comuns

Que se cruzam sem se tocar.

Enquanto eles estavam lá,

Mergulhados em seus inegociáveis quotidianos,

Naquele espaço onde o amor parecia criar paredes infindáveis,

Uma música começou... "Ser feliz, no teu colo dormir

E depois acordar...”

Começaram a cantá-la,

Nem lembrando bem da letra, pois eles se amavam.

Amavam-se disseminando a percepção nítida de um milagre,

Algo que saía de suas almas

E que não exigia uma narrativa prolixa,

Tampouco uma descrição articulada de detalhes concretos.

Amavam-se e era suficiente,

Eles se bastavam!

Juciane Afonso
Enviado por Juciane Afonso em 09/08/2021
Reeditado em 09/08/2021
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