INTRÉPIDO OLHAR
Juliana Valis




Pesquei sonhos nesse olhar que aquece

Tristonhos versos nesse mar da alma,

Assim, dispersos, como tua prece

Na crua face de um amor que acalma... 




Pesquei sentidos no desvão da luz,

E meus versos perdidos nesse coração

Tornaram-se universos que o amor conduz 

Sem dor, nas águas de qualquer verão...




E, desde então, teu cálice de olhares vis

Derramou,nos mares, toda sensação 

Do amor mais lídimo que alguém já quis,

Assim, no enigma do que as vidas são... 




Busquei no átimo de um oceano

O aparte incólume ao furor do vento

E,assim, as letras que só declamo

Tornaram-se barcos de sentimento,

Velejando, sóbrios, bem além de mim... 




E , quiçá, no ápice de nossa história,

Todo mar da vida se transforme, assim,

Derramando amor ao que houver de glória

No olhar, sem dor, que naufragou em mim,

Enaltecendo a paz na dimensão simplória,

Coração loquaz que não conhece o fim.




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