#67 - A alquimia da dor.

Eu consegui sorrir um pouco, parei para refletir,

enquanto as borboletas dilaceravam meu estômago,

Eu percebi que escrevo coisas lindas para ti,

Surgem coisas belas, até de mim, em meu âmago.

Que talento mais cruel.

Consigo sorrir ao escrever isso, mesmo com uma tempestade em meu peito,

Dessa dor, escrevo, ponho tudo no papel.

Isso me conforta, me faz conseguir ir ao meu leito.

Mesmo na noite mais escura e fria,

Estava muito triste, mas ao ver o que tenho escrito,

Ao lado da dor, surgem lindas poesias.

Lindas para mim, ao menos para mim, tenho dito.

Um dia eu sei que alguém irá escrever para mim,

Assim como eu escrevi para você;

Mas até que este dia não chegue,

eu continuo e escrevo assim.

Escrevendo isso, sinceramente, eu penso em Sísifo.

Enquanto empurro essa pedra, por este papel,

me imagino feliz escrevendo isso, me imaginem assim também.

Não vou permitir que os deuses se deleitem de meu sofrimento.

Será isso um presente? Uma dádiva?

Eu estou olhando para tudo isso de forma diferente.

Que coisa mais incrível, incrível!

Eu posso conseguir desenhar minha dor aqui.

Espero, algum dia, poder ajudar um outrem.

Gritem, chorem, deixem isso sair.

Ache uma maneira de dizer para alguém sobre não estar bem.

Mas permita, faça como eu, deixe aqui.

A paixão, o vômito e um elogio sincero,

todos estes, devem ser postos para fora,

ao guardá-los, mal estar, desespero,

deixa-os livres, o alívio virá na hora.

Agora, escrever é alquimia.

Não da para criar algo do nada,

Portanto, o preço da poesia,

é essa dor não controlada.

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"dores que ninguém nunca sentiu

é o sentimento mais comum

já vi o fim do mundo algumas vezes

e na manhã seguinte tava tudo bem"

Que alegria que irrompe em meu peito ao escrever isso!

Roomer
Enviado por Roomer em 04/08/2021
Código do texto: T7313941
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