A MENINA E O JARDINEIRO
No parque enquanto eu as folhas varria,
Encheu meus olhos de alegria a menina bela que ali de bicicleta passava.
Ao rolar os dedos entre os cabelos fazendo movimentos espirais,
Deixou cair no jardim descortinado o último fio de infância, esse junto as folhas o vento levou.
Eu ainda surpreso com aquele olhar inflado, nem mesmo um bom dia consegui oferecer ao gesto cruzado e centelho
Seria eu ingênuo demais a não desfrutar contigo, menina o momento inflamado e vivais?
Ou malícia minha achar que de uma menina pura sairia tão depressa a infância divina a começar viver os perigos que só o amor traz?