#60 - Sereia.

É difícil escrever sobre coisas boas,

É até estranho...

Você superou todas as minhas expectativas.

E isso mexeu comigo.

Me senti um marinheiro, sabe?

Encantado com aquela sereia de cabelos negros,

Mesmo diante de toda beleza do mar,

Como um marinheiro, só pude desejar você.

Olhando seus olhos,

O rubro de teus lábios, por sorte

Eu pude tocá-la e saber que não era uma miragem.

Naquele momento, perdi o medo da morte.

Eu abandonaria o conforto do Navio,

Minhas roupas secas,

O chão firme,

Para me jogar no mar de cabeça.

...

Sem medo e sem receio,

Fui levado ao fundo do oceano,

Recebi afeto, sereia.

Cá, estou registrando o testemunho.

Me tens, tens meu desejo e minha vontade.

Provar o gosto dos seus lábios,

Sentir-me dentro de ti,

Arrancou-me a lucidez.

Me pergunto como voltarei ao navio,

Se meu coração está no fundo do mar,

Como subirei à superfície?

Se o que mais ao almejo está aí, com você.

Foi difícil sair do teu lado,

Mesmo distante, o seu cheiro é fresco em minha memória,

Cada traço do teu corpo está gravado em minha memória,

Seus lábios, teus seios, ah...e seus olhos negros.

Como um sobrevivente, no convés, olho para o mar...

Cante para mim, cante para mim,

Leve-me para o fundo, para amar,

Afogue-me em seu leito.