VULCÃO DE AMOR
VULCÃO DE AMOR
Não sei amor
que urgência é esta de te amar
que urgência é esta
de nos amarmos tão intensamente
que urgência é esta
para de repente
como se o amanhã não existisse
falarmos ininterruptamente
dias e noites a fio
do que foi por uma vida
a minha vida a tua vida
e sem intervalos
mergulharmos literalmente
no corpo um do outro
saciando nossas mentes
na plenitude dos nossos sexos
a uma velocidade vertiginosa
no acordar de um vulcão
e que vulcão é esse
que transportas em teu corpo
que vulcão é esse
que transborda do meu corpo
que vulcão é esse
que devassa nossos corpos
que lava é essa
que nos sai das entranhas
jorrando fogo
na face um do outro
até na ausência
de um e outro corpo
como nas noites vividas
à distância de um oceano
entre flores e tertúlias
em verdadeiras diabruras
produzindo orgasmos
gigantes e multicolores
que urgência é esta
de mostrarmos um ao outro
as estradas do presente
nas entrelinhas poéticas
alinhavadas por suores e prazeres
das escamas e camas eróticas
que urgência é esta
de mostrarmos um ao outro
as auto estradas do futuro
onde tudo está em aberto
menos a esperança e o sonho
de treparmos o universo
que urgência é esta
de mostrarmos um ao outro
os becos e os caminhos
que desbravamos e trilhamos
os sufôcos porque passamos
foram guerras e vendavais
e tudo mas tudo ultrapassamos
enfim eu que não acredito
em vidas passadas
nem em deus nem no diabo
nem nos que se arvoram
em adivinhos mestres
e profetas da desgraça
dou comigo a pensar
de onde te conheço
em que época ou planeta vivemos
e que terramoto nos separou
assim tão abruptamente
para agora querermos viver
assim tudo tão de repente
não não sei amor
que urgência é esta
de nos amarmos
no cume e à luz das estrelas
Policarpo Nóbrega