A linguagem dos corpos amantes
A mão que acaricia o rosto,
Os lábios que se encontram,
E depois o fogo, o silêncio posto
Entre os olhos que se perdoam.
O ritmo cardíaco se acelera,
Eles se olham e em nada pensam;
As línguas enfim se encontram,
Pois toda paixão real é sincera!
Uma carícia casta pela epiderme vasta,
Os mamilos excitados pelos beijos,
A busca e o encontro dos corpos em desejo,
E a boca mergulhada na sede da vergasta.
A amada sorri, feliz, diante de seu amigo;
As faces se contemplam, suadas e caladas!
Os corpos, no leito em êxtases de tal abrigo,
se comunicam sem a impureza das palavras.