BELO ROMEU
Um homem, quando está só,
parece um nó
muito bem dado...
Em transe, coladinho ao silêncio,
parece, parado,
que parou o tempo...
Justifica sua companheira,
a solidão,
sozinho, na banheira,
numa solitária imersão...
Se veste, se arruma, se apruma,
se finge de belo Romeu;
à cada Julieta que passa, pergunta,
faminto: será que posso ser teu?
De longe a lua olha e ri,
as estrelas, curiosas, em luz e cor,
sobre ele jogam flores gris,
todos esperam que ele encontre o amor...