DESAMOR
Quando amamos de verdade
Não há prisão que nos condene...Tudo flutua
Nem distancia que nos desuna por pecado
Nem a morte continua depois de tudo consumado
Que o nosso amor nunca se destrua...
Nas coxas abertas há poderosos vulcões
Que cospem amalgamas acima das estrelas
E dos astros errantes latejam atomizados impulsos
Cuspindo fuligens de gás carbônico que marcam a escuridão
Para que os astros brilhantes sejam valorizados
Sob o tíbio músculo de teu corpo esvaziado de luxúria...
Mesmo que nossos corpos não estejam mais em cavernosa fúria
Um no outro amotinado sob a carne crua
A água tanto mata a sede ofegante do beduíno sedento
Quanto o mata por desespero, o afogado...
É a lágrima que cede do seu silencioso compartimento
Mais que jamais pesarosa voltou
Para os ninhos pupilares dos olhos de quem por desamor as derramou...