PAIXÕES JAMAIS TARDIAS
As maçãs do rosto ocultam sementes
Aspergidas por cianureto.
Beijado o pomo de adão, o paraíso,
Silo agora paiol - o que se sente
Confinado agora em gueto,
No estado de sítio a que se viu o juízo...
Ternuras por penumbras,
Presenças por fantasmas,
Flores só em catacumbas,
Dores flutuam nos miasmas.
Há imersão de batatas das pernas
Nas profundas areias movediças
Há bafios alcoólicos de tavernas
Cujas paredes estão cediças .
As sementes da maçã do rosto,
Outrora beijadas e ansiadas,
Alteraram fortalezas e postos,
São revividas a cada madrugada.