PAIXÕES JAMAIS TARDIAS

As maçãs do rosto ocultam sementes

Aspergidas por cianureto.

Beijado o pomo de adão, o paraíso,

Silo agora paiol - o que se sente

Confinado agora em gueto,

No estado de sítio a que se viu o juízo...

Ternuras por penumbras,

Presenças por fantasmas,

Flores só em catacumbas,

Dores flutuam nos miasmas.

Há imersão de batatas das pernas

Nas profundas areias movediças

Há bafios alcoólicos de tavernas

Cujas paredes estão cediças .

As sementes da maçã do rosto,

Outrora beijadas e ansiadas,

Alteraram fortalezas e postos,

São revividas a cada madrugada.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 23/07/2021
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