Apenas amor...

É que não me cabe cupidez de coisa alguma
De nada que seja mensurável o valor
Tão somente um amor desenfreado
E descomedido que recai sobre você

E me atenho a uma avidez embaraçosa, mas apaixonante
E tudo o que concerne a você me interessa
E paralisa o meu olhar
É atemporal e lúdico o meu desejo

E a platonicidade desse amor me inspira e remedia as minhas dores
É paz e caos
Acrônico e emoldurado de toda beleza que há
Volutuoso amor, perfeito como as constelações que cintilam o céu

Arrancando a sensatez de outrora
Ou juízo sequer
Tão somente a loucura de um querer desajustado e pretencioso
Que me impulsiona a perder-me, íntegra, na imensidão do teu amor desconhecido

Que é quimera
Um exacerbado amor que descontrói a minha lógica
Tão complexo quanto todas as questões do universo
Simples na mesma proporção
Intocável e tácito

E quanto mais, mais eu quero
Astuto em derrancar o meu discernimento
Um oásis que me agrilhoa e ludibria
Mas eu confesso,
Tanto quanto a poesia, eu amo

Platônico, destemperado
Só amor, sem mais delongas
Apenas amor...
Acarla
Enviado por Acarla em 22/07/2021
Código do texto: T7304938
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