GRAVURA ... (NA DOCERIA)
A vida é um doce, não há quem não pondere
que se possa viver um doce momento sem que se espere,
e que se transforme numa aventura ainda mais doce...!
Sentada atrás do balcão de uma doceria
lá estava ela, sem pensar que eu roubaria
seu bem precioso, precioso seu doce...!
Como quem lhe fosse confessar um pecado cometido,
pedi que aproximasse de mim seu ouvido,
e sem temer que mais tarde doeria-me a consciência;
roubei-lhe sem dar-lhe tempo a protesto...!
Sou réu confesso, sou vil, sou ladrão;
jamais de Deus eu terei o perdão;
porém, sou feliz, feliz desonesto...!
Do doce roubado, o sabor na minha boca ficará eternamente ...!
Pendurado ficará na parede da minha mente
o retrato de tão doce momento, numa moldura...!
Roubei da doceira a maior preciosidade sua:
juntando docemente a minha boca à sua...
Não há (creiam em mim) mais doce doçura...!
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(Geraldo Coelho Zacarias)