Crepúsculo
Crepúsculo
Sepulto a essência do meu ser nesse esquife no canto da alcova,
Repouso minha cabeça nesse pedaço de cetim pra tentar adormecer.
Sequestram-me os pensamentos alheios a minha vontade de não existir,
Sou juiz, júri, algoz, carrasco e réu na corte do meu pensar.
Eu só quero dormir...
Nem quero existir...
Porque teimo em comigo falar?
Se discordamos eu, minha alma e o tolo coração!
Esse insensato aventureiro que de tudo entende, até de amor...
E se atreve a amar sem medir consequências da dor ora da intensidade de se doar!
Que nunca ouve minha alma que aos gritos alerta outra vez vai nos fazer chorar.
Engraçado que digo entristeces tu minha alma contudo apenas eu choro,
Tu minha alma rasgas-te por inteira eu junto os pedaços do cair do crepúsculo ao primeiro canto dos pássaros.
Tu és sentimentos, eu o sentir calado com muito uma lágrima oculto com soluços na escuridão do meu quarto.
E coração todo assanhado nem cansa de guerras ou de qualquer trompaço,
Ele se aventura nessa terra sem enxergar direção apenas olha o sorriso dela ouvi duas palavras sequer toca sua mão,
Mas já ama logo se ferra, coração tolo não sabe que a abelha que com o mel que adoça tua boca também tem o ferrão?
Sofre eu, sofre minha alma por esse amor do alvorecer ao crepúsculo do meus sentimentos, pois só quero dormir sem pensar em você..
Esse coração tolo que dispara quando de longe escondido como se eu fosse bandido e minha alma cumplice me faz de longe espiar você.
Eu te amo em silêncio, ela sabe.
Ricardo do Lago Matos