Ao céu, a boca.

Te vejo boca,
Apenas boca,
Flutuando no ar
Com lábios maduros,
Carnudos e sedentos.

Apenas o contorno da pele áspera
Delineando a carne macia,
Esconderijo da língua,
Das pedras brancas e alinhadas,

O guerreiro que vai a deitar
Nas almofadas macias
Nas vontades aceitas
Com rosa entre lábios.

Por onde deve aproximar,
Se nas pontas tem perfume
E no meio as palavras
Que inflamam o desejo.

Em segredo, ela se fecha
E toda molhada o aguarda,
Ou lhe ataca,
Desferindo o golpe mortal de amor.