Ilusão
É tão difícil traduzir em versos
Os meandros delicados do coração
É como uma linguagem secreta
Decifrada com as lentes do amor
Quando olhei para o lado
Você já não estava mais?
Aquele mundo tão colorido
Simplesmente desapareceu
Será que existiu um dia?
Percebo hoje que era só
Minha própria projeção
Como na Caverna de Platão
O reflexo daquilo que somos
O enigma da esfinge
O que resta senão?
Continuar construindo realidades
Não como castelos Quixotescos
Mas como novos possíveis
O que é a própria vida?
Em suas múltiplas moradas...
Um improvisar nas incertezas?
Um ato de rebeldia e resistência...
Como o próprio ato da Criação?
Aline Calçada