Só eu posso ler
Te fiz minha poesia mais intensa; maciça.
Pelo tato, na tua carne procuro palavras novas,
De sentidos distorcidos e fácil entendimento,
Que busque desvendar o mistério desse amor desmedido.
Como flecheiro celeste, incansável semeador de amor,
Te arremesso palavras já ditas, e escritas por tantos poetas e profetas.
Pela visão (a sua), me guio;
Entre solavancos e escuridão.
Como dois faróis gigantes, de topázios (imperial) brilhantes,
Seus olhos me levam; me elevam
Na cara me esfregam, a mais linda poesia
Outrora lida por cima,
Agora devorada palavra por palavra,
Consumida vírgula por vírgula.
Te fiz minha poesia mais intensa; maciça.
Te fiz em códigos, um labirinto que só eu te posso ler,
E te lerei com afinco, com afã, com sede.
Todo dia.