Só eu posso ler

Te fiz minha poesia mais intensa; maciça.

Pelo tato, na tua carne procuro palavras novas,

De sentidos distorcidos e fácil entendimento,

Que busque desvendar o mistério desse amor desmedido.

Como flecheiro celeste, incansável semeador de amor,

Te arremesso palavras já ditas, e escritas por tantos poetas e profetas.

Pela visão (a sua), me guio;

Entre solavancos e escuridão.

Como dois faróis gigantes, de topázios (imperial) brilhantes,

Seus olhos me levam; me elevam

Na cara me esfregam, a mais linda poesia

Outrora lida por cima,

Agora devorada palavra por palavra,

Consumida vírgula por vírgula.

Te fiz minha poesia mais intensa; maciça.

Te fiz em códigos, um labirinto que só eu te posso ler,

E te lerei com afinco, com afã, com sede.

Todo dia.

Renann Calazans
Enviado por Renann Calazans em 10/07/2021
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