Primeiro Amor ... Primeiro Desencanto !
Primeiro Amor ... Primeiro Desencanto !
Afeição tão doce e mansa parecia
Nas respostas das palavras que dizia
Não parecia um carinho duvidoso
Que persuade até o menos cobiçoso
O coração me prometia e mil deleites
Na minha inexperiência eram aceites
Não como falsas promessas de aventura
Mas num propósito firme de ternura
Promessa de amor eterno não cumprida
Fingida o foi na insânia desmedida
Que sem medir os passos da esperança...
Mostrou ter em mim, pouca confiança
Se porventura tivesse no seu peito
Verdadeiro amor, ânimo, respeito
Ao invés da ambição que indignamente
Maculou minha vida eternamente
Com palavras insinceras, prometidas,
Jamais teria as promessas descartadas
Que de seu humano peito pareciam claras
Mas no fundo inconsistentes e avaras
E da simples inocência, alevantado
Como se de um sonho despertado
Qual desterro... me privou a sua ausência
Longos anos de eterna abstinência
Ela foi minha primeira namorada
Que no peito agasalhei como amada
Desilusão, dor e arrependimento
Foi tudo que restou... do envolvimento
Mas, enfim, incontinência desonesta
Não tolhe minha afeição manifesta
Que de um amor irado e não fecundo
Sobejam farpas no coração furibundo
Nada mais resta, resistirei no mundo
Como a quem já não dói o amor profundo
Sai em busca de outros climas e amores
Esquecendo de seus desejos e valores.
Armando A. C. Garcia
S.P. 27/03/2003
E-mail: armandoacgarcia@ibest.com.br