Duas Mulheres, Duas Naturezas
Duas mulheres habitam em mim!
Duas naturezas de mim mesma,
Mas elas nunca caminham juntas.
Uma delas está sempre presente,
Sua natureza é mais calma e afável,
Só ela eu posso oferecer a você.
E você irá admirá-la.
Você não terá a presença.
Da outra, nem mesmo
Um ligeiro respiro você vai sentir.
Eu a mantenho discreta,
A guardo em segurança.
Você não saberia cuidar dela.
Da sensualidade e carnalidade,
e dos seus mil medos
Nunca nada vou te revelar.
Você vai se surpreender
De quanta exuberância
Nesta minha parte você encontrará!
Entre movimentos sinuosos e
Passos seguros,
Posso te mostrar
Paixão e vaidade.
Nem mesmo nas
Nossas longas noites de amor,
de abraços apertados
e de corpos unidos você vai possuí-la.
Vou encontrá-la pela manhã.
Quando de você me libertar.
E eu vou ver de novo
O reflexo de um rosto
De mulher
Que eu também não vou reconhecer.
Vou acariciar rugas escondidas,
Para acalmar o tumulto que me devora por dentro.
A outra parte de mim,
Frágil quer respirar
Mas silencio a alma.
Me escondo entre pequenas dobras
Que, de tempos em tempos,
Eles se abrem, expõe até a alma.
E entre empurrões e cotoveladas,
Tentam me dominar,
Isto é traição!
Sim, eu sou feita de duas naturezas.
Elas não se encontram, mas sempre
Em defesa de uma
a outra estará.