Versos destrançados
Talvez o que trago nos bolsos
São só aqueles versos,
que tentei lhe escrever
Neles a esperança que agarrei
O necessário pra viver...
Mas, quando desdobrei
pra ver o que é
as palavras se apagaram
Deixando mel cifrado
Nuns pontinhos de fé
Disse nos meus olhos
Calma, eu vou lembrar
Buscar na memória
A terra pra cavar...
Foi então que virei vaso
Dobrado num caminho
Desmedindo o destino
Pedindo cá na alma
O cheio e o menos do sozinho...
Susana Raposo