*QUISERA TER GURADADO

Um sorriso manso e solto,
Um olhar que fosse fogo,
Queimando entre as cinzas,
Rolando sobre as rimas.

Lembrar de uma partilha,
Dos sonhos, das manobras.
Que a vida feita em trilha
Chegasse a mim sem sobras.

Quisera ter um sonho,
Que a dor deixasse marca
Chorar saudade ao nada
Revendo, mas suponho...

Que nada existe em mim,
Tão certo e tão querente,
Que vive em toda gente
Não vi nem de repente.

As sombras, só passaram,
Os sonhos se aninharam
Nos topos das montanhas
Vento levou sem manhas.

Estou livre e poetando
Agora, e até quando?
Até que a letra muda
Encante-me na voz surda.

 
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 26/06/2021
Código do texto: T7287364
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