COMO UM RIO
Escudo-me á sombra
Dos ramos negros da minha dor
Por onde corre um rio de lágrimas
Puras e cristalinas.
No meu peito
Bate um coração em arritmia
Pela cadência do amor
Fecho os olhos, oiço a música
Vejo o bailado, me vejo bailarina!
Danço e rodopio como uma pluma
Ao som de O Lago do Cisne
Em movimentos graciosos
Executo o ballotté e o arrondi
Abro os olhos
E a realidade
Me atira para um poço negro sem fim
Prestes a sucumbir
E tu nunca soubeste
O quanto me enamorei de ti!
Vivi toda a minha vida com fé
Á espera do meu grande amor
Quando o encontrei
Acreditei que tinha dado entrada no paraíso
Escudo-me á sombra
Dos ramos negros da minha dor!
Tu não acreditas
Mas eu te amo mais
Que á minha própria sorte
Amo-te tão verdadeiramente
Que me chega a doer o siso
Sem ti não sei mais viver
Sou como um rio seco
Esperando a morte…
Direitos de Autor
Maria Dulce Leitao Reis.
22/06/15