Funeral de um amor.
O amor é para mesquinhos,
Amores são para os apaixonados pela vida
Pelos que vivem a pulsão da vida em plenitude.
Como realizar o funeral daquele amor que ela tinha jurado a si seria o último, já no ocaso de sua vida?
Pegou a pá, cavou cova funda, como profunda era a dor.
Olhou à sua volta, não tinha corpo.
Ah, amores são etéreos...
Qual cupidos travessos, penetram a alma na respiração espontânea, no olhar comovido ante uma flor...
Como realizar o funeral de um amor incorpóreo porque de carências e sonhos antigos fora concebido?
Subiu na mais alta montanha, além das nuvens, além de tudo que lembrasse sombras e interesses vãos.
Não tinha vento.
Colocou a poeira estelar na palma da mão e soprou delicadamente.
Observou raios de sol entremeando o amor transmutado, ora suspenso no ar.
Aos poucos juntou-se à poeira universal, que brilha além dos homens.
Dilui-se no ar como deveria ser.
Eternamente livre.
Amores não podem ser aprisionados.