AMOR DA MINHA VIDA
Ouça!
Não é um trovão,
é a voz do meu coração
a explodir de alegria
por descobrir-te, poesia,
amor da minha vida,
minha canção preferida...
Sinta!
Não é uma obra barroca,
é minha alma milenar e louca,
a tinta que se desvanece
é o tom da minha prece,
me lanço na parede de concreto,
sou o quadro de um Matisse discreto...
Escute!
É o silêncio cantando ópera,
é a colheita perfeita e próspera
que faz a poesia nestas plagas,
que apanha pérolas como algas,
dá, como quem, um dia, haverá
de receber de volta por estar
em todo canto dessa vida,
que faz brotar, do chão,
comida...
Esparja o bege, o azul, o rosa,
o verso cunhe em tua forja;
dê-nos a enseada em calmaria,
do bojo do teu ventre a tua poesia...