Brisa

Será que alguma conheceu e compreendeu

a amabilidade das tuas mãos tão cheias de profundidade?

Será que alguma contemplou e apreciou,

o arrebol dos teus olhos no fim de uma tarde?

Dos tempos idos e lindos e breves, tempos leves,

levaram até nós outro tempo,

o tempo do temor, da culpa e da cura.

Semeamos nossos grãos, plantamos sensibilidade mútua,

Estendemo-nos as mãos, colhemos ternura qual fruta

de gosto inesquecível, imperecível...

Pena que nem sempre nossas mãos estão abertas para receber

a imensidão de cada amor que um dia a vida nos manifestou.

De ti guardo uma lembrança, era o final dos nossos tempos de criança,

Em uma manhã ditosa, coração cheio de medos,

Das tuas mãos tão carinhosas, dedos de brisa abrandando meus receios.

Sim, recordo-me, e creio ter sido ali que me dei conta do nosso enleio

2018

Isabel Cristina Lopes
Enviado por Isabel Cristina Lopes em 14/06/2021
Código do texto: T7278726
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