"Soneto" de Paixão
Amo-te tanto que preciso de bengala.
Apesar de matar minha poesia
És o motivo da minha escassa alegria
E da boca que não fala
Amo-te tanto que dispenso rima barata.
Mesmo que falte exatidão
Por capricho e afeição
Recuso-me a fazer sonata
No modo interino de minha morte
Não és tão perfeita como em vida
Apenas beleza, estática em recorte
Amo-te, minha querida...
És bem mais que meu norte
És o paraíso nesta terra esquecida
E amo-te tanto que, tudo que lhe escrevo
Mal cabe em um soneto.