"Soneto" de Paixão

Amo-te tanto que preciso de bengala.

Apesar de matar minha poesia

És o motivo da minha escassa alegria

E da boca que não fala

Amo-te tanto que dispenso rima barata.

Mesmo que falte exatidão

Por capricho e afeição

Recuso-me a fazer sonata

No modo interino de minha morte

Não és tão perfeita como em vida

Apenas beleza, estática em recorte

Amo-te, minha querida...

És bem mais que meu norte

És o paraíso nesta terra esquecida

E amo-te tanto que, tudo que lhe escrevo

Mal cabe em um soneto.

João Migliorati
Enviado por João Migliorati em 10/06/2021
Código do texto: T7275758
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