TEMPO

Jamais vou me importar com o quanto de tempo me doei

Te ensinando a ter segurança beleza firmeza e até classe

Tudo fui te ensinando e aos poucos te vendo transformar

Foi como uma troca de salvação mútua de vida nossa

Gratuita o que de certa forma tornou-se prá mim sagrada

Total entrega de mutação entre nossos mundos girando

Minha segurança nata suporte à sua fragilidade disfarçada

O amor é algo assim que nasce dentro da gente e se dá

E só o multiplica quem sabe dividir não importa onde

E não há estrada longa quando seguramos mãos fortes

Mãos de alguém que amamos inteiro e profundamente

Tudo torna-se fácil florido perfumado leve fluindo belo

Porque amor é vida em movimento e não estagnada

É essência viva e não água parada como num pântano

Que aos poucos nos suga lentamente sufoca e mata

Porque não liberta apenas exige matando aos poucos

E a flor rústica do campo tornou-se elegante Boutonnière

Elegantemente escolhe boa carta de vinho excelente couvert

Mas esqueceu no tempo os primeiros aprendizados exuberantes

Da alegria de não mais ser reconhecido pelos próprios familiares

Hoje no tempo o finesse incorporou em qualquer parte do mundo

E o menino simples e inseguro da sua primeira professora esqueceu

E junto tantas outras passagens imemoráveis perderam-se no tempo

Que pena são exatamente elas que dão sentido à vida no seu final

Celi Romão

CR - RJ

Celi Romão
Enviado por Celi Romão em 06/06/2021
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