ATÉ AQUELE LIVRO...
Quando cheguei,
não havia mais nada;
tudo o que eu sei
se resume a uma palavra:
bailei...
O fogão, a geladeira,
o aparelho antigo;
ela levou a batedeira,
até aquele livro...
Fiquei com o vazio
que a separação deixa;
uma espécie de frio,
quase uma geleira...
Pior é o meu velho chinelo,
comigo a mais de mil dias;
é quase usar um cutelo
no pescoço da poesia...
Fique só, evite lembranças,
mude de lado ao dormir;
somos quase como crianças
que tudo podem sentir...