PROMESSAS

nada restou dos lençóis molhados

nem dos beijos com gosto de cerveja;

não há mais os domingos no quarto

em que vivíamos entrelaçados;

não existe mais a nossa incansável vigília

trocada pelas madrugadas perdidas;

não há mais o teu perfume no travesseiro.

hoje somos como dois passageiros

indo para o mesmo destino

mas em transportes diferentes.

não existe mais a varanda que fazíamos amor

e a cama que incendiávamos

esteve com novos corpos ardentes;

e a rede de balanço cor bege

que nos balançou dormindo abraçados

hoje está abandonada pelos cantos.

nós fazemos promessas que jamais se cumprirão

porque fingimos esquecer que podemos mentir

para alguém... principalmente para si.

Gleidston de Aragão
Enviado por Gleidston de Aragão em 03/06/2021
Reeditado em 11/06/2021
Código do texto: T7270291
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