PROMESSAS
nada restou dos lençóis molhados
nem dos beijos com gosto de cerveja;
não há mais os domingos no quarto
em que vivíamos entrelaçados;
não existe mais a nossa incansável vigília
trocada pelas madrugadas perdidas;
não há mais o teu perfume no travesseiro.
hoje somos como dois passageiros
indo para o mesmo destino
mas em transportes diferentes.
não existe mais a varanda que fazíamos amor
e a cama que incendiávamos
esteve com novos corpos ardentes;
e a rede de balanço cor bege
que nos balançou dormindo abraçados
hoje está abandonada pelos cantos.
nós fazemos promessas que jamais se cumprirão
porque fingimos esquecer que podemos mentir
para alguém... principalmente para si.