NO ORVALHO DA MANHÃ
Se nada tiveres para fazer,
se pendure numa nuvem leve,
se jogue para alguém te querer
e te chamar de chuva,
se deixar cobrir como uva
no orvalho da manhã,
ler nos olhos dela
o aparecer da alma sã
envolta na bruma...
Viestes à esta territoriedade
para te tornares um grão
de amor, um príncipe, jade,
rubi ou ouro, luz do teu coração...
Se nada tiveres em tuas mãos
elas nunca estarão vazias;
o mapa desenhado será tão
nítido quanto tua poesia...
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