Você vem?
Sabe, eu juro que achei que tinha superado você.
Que nenhuma notícia sobre você iria me abalar mais.
Mas, não sei, não, oh...
Inconscientemente, você ainda exercer um poder sobre mim.
Há em mim uma esperança miúda que não alimentava há um bom tempo.
Você me desestrutura.
É isso.
Você me dá aquela sensação de que posso ser eu mesma.
Sem minhas amarras.
Sem minha armadura.
Os nossos olhares provocam um incêndio onde existia apenas uma faísca.
Brilha mais que uma estrela cadente.
Venha, meu bem.
Se permita sentir o que eu sei que você sente por mim.
Não acredito que esse turbilhão só exista em mim.
Com você, eu volto a ser um clichê.
Me permita fazer morada nesse universo que você carrega no peito.
Eu sou maravilhosa sozinha.
Mas com você eu sou poesia.
Eu quero conversar contigo por madrugadas a fio, como antigamente.
Quando éramos jovens e menos calejados.
Quero saber o que te faz leve e o que te apavora.
Quero te contar que escrevo poemas pensando em você.
Quero ouvir sobre quando você foge de mim.
Quero te dizer porque eu me demoro.
Quais músicas fazem você lembrar de mim?
O mar faz a minha lembrança viva pulsar em ti?
O que motiva o seu sorriso?
Eu sei que você também tem vontade de ouvir de mim.
Vejo você tentando ter notícias minhas.
Você quer me ouvir um tanto assim.
Você quer descobrir as partes de mim que se reconhecem em você.
Você não sabe disfarçar.
Será que estávamos destinados a nos encontrar por acaso
Ou o destino já tinha a intenção de nos juntar?
Eu prometo dizer tudo o que quiser saber sobre mim.
Pode perguntar sobre os meus livros, minhas músicas,
Minhas fotografias do céu,
Minhas inseguranças,
Meus pensamentos mais secretos,
Esse mistério que me rodeia.
Vamos descobrir juntos quem somos.
Eu te conto todas as minhas revoluções,
Minhas andanças,
Meus sonhos loucos.
Você sabe que estou na sua.
Eu sei que se te chamar você vem.
Você vai querer ficar.
Não tem jeito.
Há uma explosão em nós.
Eu quero caminhar nessa estrada.
Você vem comigo?
Você tem coragem de viver o que sente?
Você vem?