Deserto de saudades
Desprender-me de ti mudaria minha vida e
ainda disfarço minhas noites de lua pobre.
Essa memoria trivial me consome, e ainda me persegue tua siluéta fantasma.
Volto pra esses beijos húmedos e todo dia
tua estética anacrônica me envolve;
Me olho no espelho e digo basta,
Mais nunca encontro respostas,
O que significa teu enigma?
Hoje de manhã gostei do frio, que doe
menos que tua ausência.
Ninguém pode enfrentar memórias repetidas,
Nem o espelho com mêdo de si mesmo,
Ainda me persegue tua silueta fantasma,
E não tenho a chave pra essa porta
No fundo ainda sinto o doce dos teus lábios
ouso longe tuas palavras, ansiedade última
nesse deserto de saudades;
E agora já não encontro tua púbis, onde mergulhava feroz, temeroso e sedento.
Desprender-me de ti mudaria minha vida...