O MILAGRE DO AMOR
As vezes eu saio de mim
Sou como o mar indo e voltando
Molhando a terra seca
e sem explicações...
Busco me compreender.
Hora estou longe,
noutra bem perto.
*
existe muito em mim encoberto.
Quantas tristezas
eu tento esconder
No meu mundo de ilusão,
*
Meu passado tão pesado e presente
vasculham-me a mente,
travam-me a garganta
a procura da fase perfeita
em que me perdi,
*
Onde o obscuro me refaz
E o que será que não
me lembro mais?
Deve haver uma intriga amarga
que me atormentar tão perversamente
e tão covarde,
não para de magoar
mais ferozmente,
*
A onde me desconheço.
Onde a angústia faz morada
e o nada me consola.
*
do nada imagino uma escada
um novo recomeço
e outra vez...
do primeiro degrau.
Vou limpando as fuligens
até alcançar o último,
vou clareando o que tranquei.
Talvez assim me ache
Ou quem sabe o milagre
do amor me leve.