Doce Siririca
Tenho pouca coisa neste mundo
de tudo que um dia me foi dado
tenho um teto e um lago
que eu uso como um espelho roubado
Tenho a voz gritando em meu ouvido
que grita um poema abalado
frágil e pequena é a vida
e se desfaz como fosse feita de pecado
Rodeado desta guerra insone
que tira o sono de um homem de bem
há uma tristeza enorme
que se enrodilha no que não convém
A vida prossegue por força do oficio
os homens desaparecem e o universo fica
como um desconcertante edifício
a mão macia lhe propiciando doce siririca