Licor envenenado
Não há relógios nem grandes nem pequenos pois desdenhei do tempo que está de viagem,
Sentado aqui estou órfão de sensações;
Lentamente agredimos nossa intimidade,
Falamos sobre o nunca e fomos bons amigos, Particularmente bons amigos
Em ocasiões nos permitimos sem nenhum pretexto dar-nos algumas explicações,
Mais as vezes faltava algo mais;
Uma última jogada,
Um sonho repetido,
Sair da lista de espera,
Acreditar em coincidências,
Nossa existência limitada foi uma lenta disputa contra algo trivial,
E com frequência esse trauma aprazível nos fazia ver a verdade.
As vezes nos faltava algo mais,
Um sopro, um alento,
A saliva e o abraço,
Um licor envenenado e teu sorriso disfarçado,
Tudo e tarde quando nunca aconteceu...