Tem dia que a noite é foda
Tem dia que a noite é foda
Tem dia chuvoso na serra
Tem dia que o mar tá virado
Nem peixe se aventura no mar
As vezes chove no paraíso
E o colorido se vai
E o frio vem
E a cama fica grande
Cama dura sob o chão
Tem dia que a noite é foda
Que faz desgostar da solidão
A lembrança dela não se apaga
As pancadas me fizeram forte
Mas dessa vez não
Perdi o prumo
Saudade que não passa
Chuva que não cede nos olhos
Nuvem que aprisiona o luar
Meu barquinho segue a deriva
Minha filha é âncora
Não há simetria no amor
Só uma equação entre conflito e paz
Que não tem guarida na razão
Que refuga a ciência
Eu homem da ciência
Leio pseudocientistas
Pois busco a razão dela
Mas não há razão que explique
Nem método que corrobore
A saudade me consome
Chaga recôndita inimiga
Há um limite pra dias sem sol
Eu não estou suportando mais
Preciso fundear meu barquinho
Tem dia que a noite é foda
Eu não aguento mais