DE AMANTES
DE AMANTES
Amar é inventar o outro
E, se nesse inventar eu me perdi,
É porque procurei atalhos.
Talhei cascalhos como se fossem diamantes
E, por covardia, rejeitei diamantes
Por considerá-los cascalhos.
Não há pedra mais bruta que o medo.
No meu mapa interior
Só há desertos, mas isso não me torna
Infértil.
Existem muitos segredos nos solos.
Não careço de amor.
O tempo é a trava.
E a armadura não repara
As cicatrizes.
Amar é se autenticar
Para ser o autêntico outro.