TEU AMOR

Quando quero

acender a luz em casa,

toco o interruptor...

Quando desejo

acender a luz interior,

olho para você...

Em casa vejo a sala, a tv,

a estante com livros,

nossos retratos,

os chinelos...

Em mim brilham as estrelas do céu,

constelações longínquas, Órion...

Quando toco a sua mão volto às cavernas,

o primeiro roçar de pele, o grito primal,

o amor me torna um bebê,

me aninho em teus braços...

Teu amor me mata e me ressuscita...

É como nascer toda manhã

e findar ao entardecer...

Quando quero um pouco, bebo água;

Quando quero tudo sorvo a seiva

que nasce ao pé de tua montanha,

me faço servo e rei e tu, minha rainha,

reina por todos os séculos

que ainda nos restam...