ESPERANDO POR MIM

Deambulando

Ao sabor dos meus passos

Com os olhos postos no amanhã distante

Abraço os silêncios velhos e gastos

Cuja semente agora germina

Observo com um misto de dor e encanto

Que a mulher se ergueu e cresceu

Para voltar a ser uma doce menina

Olho o céu procurando consolo

E só o olhar da gaivota que esvoaça livre

Irmanada na ausência de dolo

Penetra profundamente no meu

Incentivando-me para que a siga

Um sorriso tímido

Aflora na minha boca

E porque não?

Que importa que me chamem louca?

Subo ao penhasco mais alto

Abro as asas

Mas não posso voar

Tenho uma asa ferida

Coloco unguento santo, que sobrou de Jesus

E em cruz a alva ligadura

Vou esperar algum tempo

Para fazer nova tentativa

E embarcar na deliciosa aventura...

Fiz sinal á gaivota

Que não esperasse por mim

Ela não se acomodou

Fez uma pirueta e deu meia Volta

Ficou a meu lado

Esperando por mim...

Direitos de Autor

©Maria Dulce Leitao Reis

06/05/16

Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 06/05/2021
Código do texto: T7249739
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